OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador resultado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador resultado. Mostrar todas as postagens

domingo, 31 de dezembro de 2017

A MAGIA DO FINAL DE ANO

"O tempo é circular. Tudo o que ocorre ao longo dele é cíclico. Cada final traz um novo começo, e o modo como terminamos um ano das nossas vidas ajuda a definir como será, para nós, o ano seguinte. 

Um breve momento é resultado, e semente, de processos imensamente longos. Segundo a filosofia esotérica, também cada ano que passa é um resumo de toda a nossa vida. O final de cada ciclo é oportuno para refletir sobre nossas vitórias e dificuldades, fazer um balanço – e renovar a decisão de viver de maneira sábia. 

As quatro estações do ano correspondem às quatro grandes etapas de uma vida humana. A segunda metade do inverno é a infância, que prepara a primavera da juventude. Por enquanto, tudo parece ajudar o nosso desenvolvimento pessoal: somos protegidos e  educados, e as tendências da natureza conspiram a nosso favor.  Na primavera e no verão, que correspondem ao período que vai da juventude à meia-idade, ocorrem os grandes desafios e as principais realizações. Depois vem o outono, a primeira parte da velhice, quando é hora de recolher-se ao fundamental e de substituir com a sabedoria acumulada a  força que falha cada dia mais. 

O ciclo termina com a primeira metade do inverno, a  parte final da velhice. Esta é a época da grande renúncia, da travessia de volta para o todo universal de onde um dia viemos, e de onde no futuro poderemos emergir novamente  para  outra forma de existência, sem nada lembrar  da encarnação anterior.

O que permite distinguir cada uma das quatro estações é o ciclo anual da distribuição da energia solar. O sol é a grande fonte de vida material e espiritual em nosso planeta. O futuro de cada força vital depende diretamente da sua relação com ele. Muito mais que uma estrela física, o sol é na verdade o logos solar, a fonte espiritual de tudo o que ocorre em cada um dos seus planetas. Assim, o ciclo da luz solar em nosso planeta constitui um mapa da longa jornada de cada alma humana, com seus períodos de expansão e retração, crescimento e decadência, morte e ressurreição."

(Carlos Cardoso Aveline - A Magia do Final de Ano)


segunda-feira, 19 de junho de 2017

O CARMA (1ª PARTE)

"Na segunda vigília da noite em que o Buda atingiu a iluminação, ele ganhou outro tipo de conhecimento que completou o que havia aprendido sobre o renascimento: o conhecimento sobre o carma, a lei natural de causa e efeito.

'Com o olho divino, purificado e situado além do alcance da visão humana, vi como os seres desaparecem e voltam a ser outra vez. Vi alto e baixo, brilhante e insignificante, e como cada um deles obtém, de acordo com seu carma, um renascimento favorável ou doloroso.'¹⁵

A verdade e a força propulsora que estão por trás do renascimento são o que se chama de carma. Frequentemente o carma é compreendido de modo totalmente errôneo no Ocidente, confundido com destino e predestinação; melhor seria entendê-lo como a infalível lei de causa e efeito que governa o universo. A palavra carma significa literalmente 'ação', e carma é tanto o poder latente que existe dentro das ações quanto os resultados que nossas ações trazem.

Há muitas espécies de carma: carma internacional, carma nacional, o carma de uma cidade, o carma individual. Todos estão intrincadamente relacionados e só podem ser entendidos na sua total complexidade por um ser iluminado.

Em palavras simples, o que significa carma? Significa que o que quer que façamos com nosso corpo, nossa fala ou nossa mente terá sempre um resultado correspondente. Cada ação, mesmo a menor delas, está prenhe de suas consequências. Os mestres costumam dizer que mesmo um pequeno veneno pode matar, e até uma sementinha pode transformar-se em uma grande árvore. Como disse o Buda: 'Não faça vista grossa às ações negativas só porque elas são pequeninas; por menor que seja a faísca, pode queimar um monte de feno do tamanho de uma montanha'. O Buda disse também: 'Não despreze as pequenas boas ações pensando que elas não ajudam em nada; mesmo pequenas gotas de água, no final, enchem o jarro'. O carma não se desgasta, como as coisas externas, e jamais se torna inoperante. Não pode ser destruído 'pela água, pelo fogo, pelo tempo'. Seu poder nunca cessa, até que amadureça. (...)"

¹⁵ H.W. Schumann, The Historical Buddha, 55.

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 128/129www.palasathena.org


sábado, 7 de janeiro de 2017

O HOMEM NOS TRÊS MUNDOS (PARTE FINAL)

"(...) A lei é a seguinte: determinadas causas trazem determinados resultados. A lei é imutável, mas o jogo dos fenômenos está sempre mudando. A causa mais poderosa entre todas as causas é a vontade e a razão humanas, que, apesar disso, são omitidas, na maior parte das vezes, quando as pessoas falam em karma. Nós somos causas, porque somos a vontade divina, unos com Deus no nosso ser essencial, embora prejudicados pela ignorância e trabalhando através da matéria grosseira, que emperra a nossa ação, até que consigamos conquistá-la e espiritualizá-la. A imutabilidade do karma não é a imutabilidade dos efeitos, mas da lei, e é isso que nos torna livres. Seríamos escravos de verdade num mundo onde tudo acontece por acaso. Nossa liberdade e segurança dependem do conhecimento que temos desse mundo regido por leis. Na Idade Média, os alquimistas de forma alguma eram livres para chegar aos resultados que desejavam, mas tinham de aceitar os resultados como quer que viessem, imprevistos e, na maioria deles, indesejados, mesmo que isso representasse os seu mais sérios prejuízos. O resultado da experiência poderia ser um produto útil, ou reduzir o experimentador a fragmentos. Roger Bacon colocou em ação causas que lhe custaram um olho e um dedo, e, em certa ocasião, essas causas atiraram-no ao chão da sua cela, desacordado. Fora daquilo que conhecemos estamos sempre em perigo, e qualquer causa que ponhamos em ação pode nos desgraçar, porque, a maioria de nós, nos mundos mental e moral, somos Rogers Bacons. Dentro do nosso conhecimento podemos ter movimentos livres e seguros, tal como os bem treinados químicos modernos. Em todos os três mundos nos quais vivemos é igualmente verdade que, quanto mais sabemos, mais podemos prever e controlar. Visto que a lei é inviolável e imutável, o conhecimento é uma condição indispensável para a liberdade. Estudemos, então, o karma, e usemos o nosso conhecimento na orientação da nossa vida. São muitas as pessoas que dizem: 'Oh! Como eu gostaria de ser boa!', e não usam a lei criar as causas que têm como resultado a bondade. É como se um químico dissesse: 'Oh! Como eu desejo ter água!', e não fosse em busca das condições que produzissem essa água tão desejada.

Devemos recordar, novamente, que cada força atua em sua linha específica, e que quando certo número de forças se intrometem num ponto específico, a força resultante é a consequência de todas elas. Em nossos dias de escola, aprendemos como se constrói um paralelograma de forças e assim descobrimos a resultante de sua composição; o mesmo se dá com o karma, quando podemos entender o conflito de forças e sua composição para obter um único resultado. Ouvimos pessoas perguntando por que um homem bom fracassa nos negócios, enquanto um mau homem obtém sucesso. Não há, entretanto, uma conexão causal entre bondade e ganho de dinheiro. Bem, poderíamos dizer: 'Sou um homem muito bom, por que não posso voar pelos ares?' A bondade não é causa para o voo, nem para trazer dinheiro. Tennyson tocou numa grande lei, em seu poema: 'Salário', quando declarou que o salário da virtude não era o 'pó', nem o repouso, nem o prazer, mas a glória de uma imortalidade ativa. 'A virtude é a sua própria recompensa', no mais alto sentido dessas palavras. Se você for autêntico, sua recompensa está no fato de a sua natureza tornar-se mais verdadeira; isso acontece, sucessivamente, com cada virtude. Os resultados kármicos só podem ser da mesma natureza das suas causas. Eles não são arbitrários, como as recompensas humanas."

(Annie Besant - Os Mistérios do Karma e a sua Superação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 46/48)