OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO AMOR (3ª PARTE)

"(...) Vós, que trilhais esta vereda, que sentis o chamado do amor, que anseiam curar, ensinar e salvar, deveis fazer vossa escolha. Estais dispostos a abandonar todas as felicidades que estivestes acostumados a tomar como amor, a renunciar à felicidade do amor correspondido? Sentindo uma compaixão crescente em vosso coração, cônscios de um poder de amar que aumenta cada dia, estai prontos para desatar todo laço humano, a fim de que vosso amor terreno possa ser transmutado em amor que é divino? A cela, a cova do ermitão, a floresta, a fenda na montanha, oferecem locais para vosso retiro, onde podereis, sozinhos, subjugar os demônios do desejo e romper as cadeias que vos mantêm ligados à servidão da carne; antes, nenhum retiro é necessário, a cela ou a gruta estão em vosso íntimo, e a não ser que o tenhais achado dentro de vós, nenhum outro lugar externo vos será de utilidade. Aprendei, pois, a encontrar o lugar da paz dentro de vós; retirai-vos para o  silêncio de vosso ser e lá, perfeitamente aparelhados de mente e coração, avaliareis a natureza da tarefa que tendes em mãos. Visualizai claramente a meta que desejais, e notai os obstáculos do caminho. Estas barreiras devem ser suplantadas uma a uma. Procurai transformar, antes que destruir; não matai a luxúria, antes retirai dela o amor, e deixai-a então perecer; não matai o desejo, antes retirai dele a vontade, e então abandonai-o à morte; não matai o mau pensamento, retirai dele a essência do pensar, e então deixai-o morrer.

Assim como deveis evitar o amor humano e tornar-vos um homem à parte, do mesmo modo deveis vos apartar do homem que considerastes vós próprios. Notai que a conquista se dá pelo retiro, e não pela morte. Retirai-vos, pois, de tudo o que se vos opõe; vosso caminho para a vitória não passa pela conquista de vossos oponentes, internos ou externos, mas pela salvação de todos eles. Cada antagonista que se volta contra vós deve ser conquistado para vós; de cada poder do mal que vos fizer frente no caminho extraí o bem, e deixai o resto perecer, até que em cada forma de vida aprendais a ver o bem, e, aprendendo a ver, aprendais a amar, até que, para vós, o mal já não exista. 

À luz de vosso amor crescente, o mal não passa do bem em germe – uma fase necessária na divina alquimia. 

Assim crescereis em sabedoria, força e conhecimento, componentes do amor salvífico que aspirais irradiar sobre o mundo. O amor será vossa rainha, e vós seu cavaleiro, ela vos dará um arnês invulnerável, pois nada, no céu ou na terra, prevalece contra o poder do amor. Montado no cavalo branco da verdade, dom de tal rainha, dissipareis toda escuridão, pois nenhuma sombra pode estar onde está a luz de tal amor que é divino. A radiância celestial iluminará vossa fronte, a rosa mística desabrochará em vosso peito, a beleza divina, radiosa como a manhã, fulgurará de vossa pessoa; vos tornareis como um novo Galahad, e se vos será dada a visão do Santo Graal. (...)"

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

NÃO CAPITULE (1ª PARTE)

"Tenho de deixar isto, que está me matando, dizia ele sob um ataque de tosse brônquica e meio afogado em secreção, mostrando um toco de cigarro entre os dedos amarelados de nicotina.

Ele é o símbolo do homem acorrentado. Seus grilhões são feitos de fumo. De outros, podem ser de álcool. Todos os grilhões são fortíssimos, e o são exatamente na medida da fragilidade dos acorrentados.

A maioria deles quer libertar-se ou necessita libertar-se, porque, seja o fumo, seja o tranquilizante, seja o álcool, o jogo ou alguns maus hábitos, seus tiranos lhe trazem enfermidade, sofrimento e, às vezes, abjeção.

Todos os grilhões causam prejuízos ao psiquismo, mercê de demonstrarem ao próprio homem que ele está vencido, que é escravo, tíbio e sem vontade. Quem quer que chegue a essa condição sofre muito com o reconhecimento de sua servidão, que considera ser sem esperança. Diante de cada frustrada tentativa de resistir, mais infeliz se torna e mais vencido se sente. Seja toxicômano, alcoólatra, tabagista, viciado em jogo ou vítima de comportamentos compulsivos, pensamentos obsessivos e tiques nervosos, o homem é presa de um círculo vicioso que inexoravelmente o domina e o deprecia. O álcool, os tóxicos e o fumo, além do mais, agridem diretamente o próprio organismo. E esse efeito nefando amedronta o viciado.

A situação daquele que, vítima das garras do pecado necessita deixá-lo, sentindo a impotência de fazê-lo, Ramakrishna comparou à de uma serpente, que tendo abocanhado um malcheiroso rato almiscarado, quer dele livrar-se, mas não pode, pois em virtude do formato dos dentes, o rato não se desprega. Assim é o viciado que conhece o mal que o vício lhe faz e, no entanto, não consegue deixá-lo.

Nessa situação, é comum o viciado recorrer ao que a psicanálise chama uma racionalização, isto é, usar a razão para forjar 'razões' consoladoras e explicativas, para com elas 'justificar-se' diante de si mesmo e dos outros, pelos atos que é coagido a praticar que não pode evitar, mercê de compulsões subconscientes. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 217/218)


sábado, 2 de agosto de 2014

CAMINHOS PARA A PERFEIÇÃO

"Há duas rotas para a perfeição: prece e meditação. A prece faz de você um suplicante aos pés de Deus. Dhyana (meditação) induz Deus a descer até você, e o inspira a ascender até Ele. A meditação tende a juntar Deus e você, não colocar um em nível inferior e o outro em nível superior. Dhyana é a estrada real para a libertação da servidão humana, não obstante pela prece também se possa colher o mesmo fruto. A meditação requer concentração, após o controle sobre os apelos dos sentidos. É preciso que você tenha diante de seu olhar interior um retrato da Forma Divina que escolheu para contemplar. Ou, se preferir, uma chama, uma firme e vertical chama de vela ou lamparina. Mentalize a chama como a expandir-se para todos os lados, tornando-se cada vez maior, envolvendo tudo e todos, crescendo dentro de você, até que não haja mais nada a não ser Luz. Na Glória da Luz oniabarcante, todo ódio e inveja, que são o mal, progênie da treva, se extinguirão. Saiba que a mesma luz (Jyotir) está em todos. Mesmo aquele a quem você andou tratando como seu pior inimigo tem a mesma Luz no mais íntimo do coração."

(Satya Sai Baba - O Caminho Interior - ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 101/102)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SUICÍDIO ESPIRITUAL

"85 - Mata a si mesmo quem atende somente às necessidades do seu próprio corpo, nada fazendo de bom para os outros, constantemente evitando o seu próprio dever e não buscando a liberação da servidão causada pela ignorância.

COMENTÁRIO - O suicídio não é somente o término abrupto da vida pelas próprias mãos. Esse nasce do desespero dos que perderam a esperança de encontrar uma saída. O pior suicídio é o espiritual, quando definhamos interiormente devido a nossa própria ignorância, quando não encontramos o nosso dever, a nossa vocação. Todos os seres possuem em si, muitas vezes de forma indistinta, esse dever que nos levará até uma plenitude que existe potencialmente em tudo. Quando não permitimos que esse potencial se expresse em nossas vidas, estamos nos suicidando e cada vez mais submersos na ignorância que, por sua vez, produz mais sofrimento."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 43)

domingo, 31 de março de 2013

BHAKTI YOGA - AMOR, "ESSE DESCONHECIDO" (1ª PARTE - I)

"Amor não é a fonte da felicidade só porque já é a própria felicidade que os homens tanto buscam inutilmente. Há uma fase inicial do relacionamento num casal, uma condição que parece felicidade, mas é devaneio, que tem a duração de uma nuvem que passa. A euforia, o gozo, a fantasia colorida começa, cresce, decresce e some. Isto porque o amor ainda continua "esse desconhecido". Para a conquista da felicidade duradoura, é prioritário desmitificar o amor.

Amor "normal", aquele que viceja no campo da sensualidade e da paixão, é quase sempre unidirecionado, isto é, dedicado com exclusividade a uma pessoa ou determinada coisa (uma obra de arte, a profissão, e até um clube esportivo). Um apaixonado coloca sua paz, segurança, saúde, alegria, felicidade e mesmo sua vida, na dependência do objeto da paixão, sobre o qual não consegue exercer controle. Quem depende de algo (ou de quem) sobre o qual não tem gerência, sem dúvida, se já não sofre, virá a sofrer. O apaixonado se rendeu a uma condição de inferioridade, submissão, e ansiosa passividade, sempre à espera de migalhas que lhe sejam concedida. Negadas estas, o sofrimento se desencadeia. É caso de torcedores "apaixonados" por um time de futebol, que a si mesmos diagnosticam "torcedores doentes" (e infelizmente o são!). Perdida a partida decisória, com certa frequência ocorrem entre eles fulminantes colapsos. Perdem a vida, não só o campeonato. Esta é a paixão mórbida, infeliz, deprimente e lastimável. Mas, há muitos que irrefletidamente denominam amor. Eis o amor caluniado!

Outras formas de relacionamento afetivo tidas por "normais" também chegam a parecer amor, mas são simples arremedos. Paixão, como vimos, parece amor, mas não é. Apego, servidão, comunhão de interesses e de ideias, dependências mútuas... são outras formas de vínculos geradores de frustrações e tormentos que pessoas ingênuas têm por amor. Exatamente por serem falsificações do amor, até certo ponto, inviabilizam o genuíno amor. Uma vez, em Rishkeshi (Índia), no Shivnnda ashram, uma jovem companheira de viagem perguntou ao Swami Krishnananda por que sempre que ela amava acabava sofrendo, e ele sem vacilar explicou: Se gera sofrimento não é amor

Verdadeiramente ama aquele que já tenha descartado o sentimento de ser diferente e estar distante dos outros, o sentimento de posse, já eliminou o mórbido desejo de dominar, o infernal medo de perder, e esse verdadeiro terror chamado ciúme. Quem verdadeiramente ama, negando-se a si mesmo, aspira sincera, profunda e eficazmetne pela felicidade de todos os seres. Vi certa vez na vitrine de uma loja de locação de vídeos um cartaz anunciando um filme cujo nome era Os crimes do Amor. A que ponto de alienação e estupidez chegou a mente humana, que dá o nome de amor à condição patológica que induz ao chamado "crime passional"! Sensualidade passional pode matar. Amor, nunca. O amor é doador de vida, liberdade, paz, segurança, felicidade; finalmente, é luminosa manifestação de Deus. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 78/80)


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O FILHO PRÓDIGO

"A DOR FOI A SALVAÇÃO do filho pródigo.

Ele mesmo me contou:

- Sangraram-me os pés pelo muito que vaguei. Para trás ficaram caminhos e ilusões. Ficaram perdidos nos milênios, nos reinos, nas aldeias, albergues e mercados...

Do sangue de meus pés ficaram marcadas as pedras e a poeira. Meu rosto chorou onde passavam os porcos.

Naquelas mesmas estalagens onde, rico e forte, alegrei amigos, depois, desgraçado, passei fome, enquanto via os outros comerem.

O tinir de minhas moedas - as que me dera meu Pai - atraíra companhias prazerosas. Estas, depois, me viraram as costas, quando, em vez de moedas, lágrimas me restavam. Ficou-se somente a companhia da dor.

Dos subterrâneos de minha indigência, quase em desespero, consegui ainda ver uma luz.

Era a saudade de meu Pai. A reminiscência do Lar. Era o que Eu sou e me esquecera de ter sido.

Foi o extremo da desgraça que me descerrou os olhos, e me deixou ver novamente a luz: Convite - Esperança - Desafio - Salvação.

Revolvi-me na lama da servidão.

Rebelde e chorando, lutei.

E quantas vezes caí vencido!

E quantas vezes o charco me abraçou a convencer-me de que eu era dele! 

E quantas vezes minhas feridas sangraram com o atrito das correntes!

Mas, crescia em mim o apelo da Luz, do reencontro...

As correntes já ficaram no charco.

Eu volto para onde os milênios me viram nascer.

Bendita dor que me abriu o caminho das estrelas!"

(Hermógenes - Mergulho na Paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 114/115)
http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=15991


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A TROCA


“Chega à Verdade aquele que:

- dá o vazio de tudo que tem pela plenitude do Nada;

- troca o concreto do existir pelo abstrato do Ser;

- prefere o suposto irreal do Espírito à suposta realidade da matéria;

- deixa a liberdade do mundo pela servidão a Deus.”
Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 96)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A EXISTÊNCIA QUE TENS É UM EMPRÉSTIMO


“És pó e ao pó voltarás”, ensinaram-me. E eu me deprimi.

“És Deus e esqueceste que és”, disseram-me. E eu me senti feliz.

Caí em dúvida: Então há em mim treva e luz?

Divino e humano?

Glória e miséria?

Infinitude e limitação?

Essência e existência?

Cósmico e telúrico?

Realidade e aparência?

Plenitude e vazio?

Eternidade e impermanência?

Pó e Deus?

Evidentemente que sou joio e trigo.

Céu e inferno.

Grandeza e mesquinhez.

Verdade e mentira.

Liberdade e servidão.

E agora?!...

“A existência que tens é um empréstimo. Aproveita-a para realizares a Essência” foi o que aprendi.

... e o pó deixará de ser.

... e Deus virá a ser.

(Hermógenes – Mergulho na paz - p. 194)


sábado, 17 de novembro de 2012

O HOMEM


“As potencialidades infinitas do Ser Supremo, que nós somos, permanecem abortadas pelas posses, afazeres, doutrinas, partidos, preceitos, preconceitos, vaidades estúpidas, verdades que não o são e que, embora nos retenham na penúria verdadeira e em verdadeira servidão, são por nós defendidas e amplificadas como se nos dessem segurança e paz.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – 23/24)