OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 16 de março de 2013

MANTENHA OS SENTIDOS SOB CONTROLE

"Sem o controle dos sentidos, a disciplina é ineficaz. Equivale a pretender guardar água em pote rachado. Patanjali (o celebrado autor dos Yoga Sutras) afirmou que quando sua língua estiver sob controle, a vitória será sua. Quando sua língua anseia por alguma delícia, certifique-se de que você não vai se abastecer para atender aos caprichos dela. Monges e dirigentes de mosteiros, nesse país têm caído presas da língua e se tornam incapazes de vencer-lhe os caprichos. Usam túnicas de renunciante, mas reclamam as delícias do paladar e, assim, trazem à instituição monástica a má reputação. Se você se conserva ingerindo alimentos simples que não sejam apetitosos e quentes, mas suficientemente nutritivos, sua língua, por alguns dias, pode se retorcer, mas logo se acalmará. Tal é o método que a submeterá. Assim serão evitadas as más consequências de ela assumir o comando. Desde que a língua igualmente insista em falar escandalosa e lascivamente, também neste aspecto você deve controlá-la. Fale pouco. Fale docemente. Fale somente quando houver necessidade premente. Fale somente àqueles a quem deve falar. Não grite nem levante a voz irada ou excitadamente. Um controle tal lhe melhorará a saúde física e a paz mental. Promoverá melhores relações públicas e minimizará envolvimentos e conflitos com os demais. Poderão "gozá-lo" como um frustrador da alegria, mas há bastantes compensações: tudo isso lhe poupará tempo e energia. Estes virão a ter uso melhor. (...) Controle seu paladar; controle seu falar."  

(Sathya Sai Baba - Sadhana o Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro -  p. 146)


sexta-feira, 15 de março de 2013

JNANA YOGA - O CATIVEIRO (2ª PARTE)

"Libertar-se?! E o homem é escravo?! Sim. O jiva (a alma que evolui), conforme temos visto, é um prisioneiro de samsara, isto é, da "roda dos nascimentos e mortes", das reencarnações compulsórias. O jiva se encontra prisioneiro e exilado neste mundo onde reinam os "opostos" ou dvandvas (ascensão e queda, lucro e perda, dor e prazer, tristeza e alegria, dia e noite, vitória e derrota, berço e esquife...). E o grau do seu cativeiro é determinado pelo quanto ignora quem ele é, o que aqui veio fazer e para onde deve ir. Sai Baba compara uma pessoa que não sabe de onde veio e para onde está indo com uma carta na qual não estão indicados o remetente e o destinatário, carta, portanto, extraviada, condenado à posta restante. E a grande maioria é exatamente assim. O homem "normótico", apegado ao que lhe agrada e detestando o que desagrada, é presa da alienação. Vive jogado de um lado a outro por conta da sucessão dos dvandvas, nasce já condenado à morte e morre condenado a nascer. Sempre isto, a libertação, que a posse da Verdade confere, consiste em não ter mais que assumir um novo nascimento, uma nova existência, um novo corpo. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 101/102)


A VIRTUDE DO AMOR

"O amor natural do coração é o principal requisito para se alcançar uma vida santa. Quando aparece no coração, esse amor, a dádiva celestial da Natureza, remove todas as causas de excitabilidade do organismo, acalmando-o até um estado de perfeita normalidade; e, ao revigorar os poderes vitais, elimina todas as matérias estranhas - germes das doenças - por meios naturais (transpiração, etc.). Desse modo ele torna o homem perfeitamente saudável no corpo e na mente e o capacita a compreender acertadamente a orientação da Natureza.

Quando se torna desenvolvido no homem, esse amor o capacita a compreender a verdadeira posição de seu próprio Eu, como também a dos outros em seu redor.

Com a ajuda desse amor desenvolvido, o homem tem a felicidade de obter a companhia divina de santos personagens e está protegido para sempre. Sem esse amor, o homem não pode viver de maneira natural, nem pode se manter em companhia da pessoa adequada para o seu próprio bem-estar; ele fica frequentemente agitado pelas matérias estranhas que entram em seu organismo devido aos erros em compreender a orientação da Natureza, e por consequência sofre no corpo e na mente. Jamais pode ele encontrar alguma paz, e sua vida torna-se um fardo. Por tal razão, o cultivo desse amor, a dádiva celestial, é o principal requisito para se alcançar a salvação sagrada; sem esse amor, é impossível ao homem avançar um passo em direção a ela."

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship -p. 55/56)


quinta-feira, 14 de março de 2013

JNANA YOGA - A VERDADE QUE LIBERTA (1ª PARTE)

"Só o homem pode perceber-se a si mesmo. Só ele, portanto, tem condições de alcançar a união com Deus pela posse da Verdade. Cristo profetizou tão preciosa conquista para todos os homens. 
Tereis a gnose da Verdade. e a Verdade vos libertará. (Jo 8:32)
Assim, asseverou que o homem é prisioneiro até o dia em que tome posse da Verdade, não de uma destas verdadezinhas corriqueiras, transitórias, relativas, reduzidas e particulares, que andamos escutando e acatando. Enquanto tais pequenas verdades apenas temporariamente nos servem e oferecem algo como uma segurança igualmente fugaz, a Verdade Suprema, eternamente válida, nos liberta para sempre do sofrimento e das reencarnações compulsórias, que são nosso persistentes carcereiros. 

Convém-nos entender que há uma diferença entre "conhecer" e "saber", que embora pareçam palavras sinônimas, não são. No conhecimento, há sempre de um lado o sujeito que conhece e do outro o objeto conhecido, e mais, a relação entre ambos, que é o próprio conhecimento. Resulta de uma aquisição feita pelo sujeito, o qual ainda se sente distinto e distante do objeto. No saber já não restam distância e distinção, pois sujeito e objeto se fundem num só. Depois de estudar e fazer cursos sobre, digamos, laranja, você poderá ficar somente "conhecendo" a fruta. Para chegar, no entanto, a "saber", terá que sentir seu "sabor" na boca, "unindo-se" a ela. Deu para entender? Na "sabedoria" os dois pólos (sujeito e objeto) se unificam. Chegar a ter a gnose da Verdade (na expressão usada por Jesus) com que nos libertamos não é coisa fácil. Naturalmente dependerá de decisão, discernimento, devoção, dedicação e disciplina em grandes doses, sem o que não se completa a comunhão-unificação-identificação e consequentemente a libertação. Os Vedas denominam jnana (de onde derivou para o grego a palavra gnose) este redentor "saber" ou "saborear" a Verdade. Só conseguimos "saber" a Verdade unindo-nos a Ela, e esta só será possível quando tivermos nos transformado na própria Verdade. Precisamos zerar a distância, mas também a distinção. Jnana Yoga consiste no esforço de transformar simples conhecimento em sabedoria, simples crença em realização. É assim que nos libertamos. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 100/101)

REQUISITOS PARA A CAMINHADA NA ESPIRITUALIDADE

"O primeiro requisito no caminho espiritual é o anseio sincero por Deus. Sem esse anseio é impossível conhecê-Lo. Em qualquer atividade é preciso haver um esforço constante para se ter êxito. Se quiser conhecer o Divino, é preciso haver, de maneira semelhante, um anseio persistente por Ele.

Entretanto, mesmo o anseio por si só é insuficiente; precisamos ir mais longe. Uma vez que o anseio por Deus aumenta, ele precisa ser alimentado por lealdade e dedicação; primeiro a Deus, e depois ao caminho e ao mestre que Deus envia. Quando o devoto começa a buscar Deus com empenho, encontra o caminho e o guru que o inspira ao longo desse caminho. Assim, o segundo ponto importante é a lealdade e a dedicação a Deus e ao guru cujo caminho escolhemos.

Agora, a terceira condição é vital: à medida que prosseguimos no caminho espiritual, devemos fazer um esforço para ter uma conduta tal que inspire os outros que sejam fracos, em vez de contribuir para seu negativismo ou desestímulo. Não significa que devamos ficar ansiosos por chamar a atenção alheia para nós mesmos. Devemos, sim, manifestar em nossa vida, de um modo consciente, as qualidades espirituais que começamos a sentir em nossos corações; ao fazermos isso, seremos capazes de estimular os outros no caminho para Deus.

O quarto ponto é que o devoto precisa se esforçar constantemente para ser humilde, porque a humildade é como um vale onde as águas da graça divina podem se juntar. A presunção, a consciência do eu, eu, eu o tempo todo, é como um árido e deserto cimo de montanha; nenhuma água consegue se acumular nesse pico. Ela se amontoa nos vales profundos. De modo semelhante, as águas da misericórdia, da graça e da bênção juntam-se apenas no vale da humildade, onde o devoto coloca Deus em primeiro lugar e a si mesmo em último. Então, como diz o provérbio hindu: "Quando morrer este 'eu', então saberei quem sou Eu".

O quinto requisito para o devoto é reservar um tempo, todos os dias, para a meditação. Você está enganando a si mesmo - e pode pensar que está enganando a Deus, mas não está - se de algum modo julga que seu trabalho é mais urgente do que seus esforços diários na meditação. Esse equívoco é um dos grandes testes defrontados pelo devoto. No início, talvez não sintamos nenhum resultado tangível na meditação, e assim somos inclinados a considerar primeiro as exigências de nosso trabalho ou deste mundo. É apenas quando se apresentam a nós experiências amargas, revezes e sofrimento físico, mental ou espiritual que, de forma súbita, começamos a ver que cometemos um erro ao deixar de colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)